Contrastes entre Inglês e Português
1. Formulação de idéias interrogativas e negativas: (erro comum apenas no início do aprendizado)
A primeira grande dificuldade que o brasileiro, falante nativo de português, iniciando seu aprendizado em inglês enfrenta, é normalmente a estruturação de frases interrogativas e negativas. Frases interrogativas em português são diferenciadas apenas pela entonação, não exigem alteração da estrutura da frase. No inglês, além da entonação, temos, no caso dos Be Phrases (frases com o verbo to be ou com qualquer outro verbo auxiliar ou modal), a inversão de posição entre sujeito e verbo:
He's a student. - Ele é estudante.
Is he a student? - Ele é estudante?
I can speak English. - Eu sei falar inglês.
Can you speak English? - Você sabe falar inglês?
E no caso de Do Phrases, frases em que não há verbo auxiliar, surge a necessidade de uso de verbo auxiliar DO para formular perguntas ou frases negativas:
He speaks English - Ele fala inglês.
Does he speak English? - Ele fala inglês?
He doesn't speak French. - Ele não fala francês.
Além de contrastarem profundamente em relação ao português, esses dois tipos de estruturas contrastam entre si. O contraste entre Be Phrases e Do Phrases aparece nos modos interrogativo e negativo. Be Phrases fazem a inversão de posição entre sujeito e verbo para formação de frases interrogativas ou negativas, não precisando de verbo auxiliar, enquanto que Do Phrases precisam do verbo auxiliar DO. Isto representa uma dupla e acentuada dificuldade para os falantes nativos de português, no qual praticamente não existem verbos auxiliares e a formação de frases não é afetada pelos modos (afirmativo, negativo e interrogativo). O modo interrogativo em português, como vimos no exemplo acima, consiste apenas em uma diferente entonação, enquanto que em inglês exige uma significativa alteração na estrutura da frase, além da entonação. A dificuldade não é de entender, mas sim de assimilar e automatizar. Quem fala português como língua materna não está acostumado a estruturar seu pensamento dentro destas normas e precisará praticar exaustivamente para conseguir "internalizar" essas estruturas.
Veja aqui uma tabela com as estruturas básicas do inglês.
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2. The subtle presence of the verb TO BE - Presença/ausência do verbo TO BE (erro comum em nível iniciante)
Do ponto de vista fonético, em frases afirmativas, a presença ou não do verbo TO BE é quase imperceptível aos ouvidos do aluno principiante que está acostumado com a clara sinalização fonética da presença de qualquer verbo em português. Obviamente, a função gramatical de um verbo numa frase é preponderante. Portanto, se faltar onde deveria estar, ou se ocorrer quando não deveria, o erro é grosseiro. Observe os seguintes exemplos:
I lost.
I'm lost. Eu perdi.
Estou perdido.
It hardly works.
It's hard work. Isto dificilmente funciona.
Isto é trabalho duro.
They like children.
They're like children. Eles gostam de crianças.
Eles são como crianças.
It looks like it's going to rain. Parece que vai chover.
O aluno com este tipo de dificuldade deve treinar o ouvido e a pronúncia, até acostumar-se a perceber a grande diferença funcional deste pequeno detalhe fonético.
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3. Subjectless sentences - Frases sem sujeito: (erro comum até níveis avançados)
Em português freqüentemente as frases não têm sujeito. Sujeito oculto, indeterminado, inexistente, são figuras gramaticais que no português explicam a ausência do sujeito. Isto no inglês entretanto não existe. A não ser pelo modo imperativo, toda frase em inglês normalmente tem sujeito. Na falta de um sujeito específico, muitas vezes o pronome IT deve ser usado.
Além da questão da presença obrigatória do sujeito, temos um problema com relação a seu posicionamento. Em português muitas vezes o sujeito aparece no meio ou no fim da frase. Em inglês ele deve estar de preferência no início da frase. Observe os seguintes exemplos:
Tive um problema. - I had a problem.
Está chovendo. - It's raining.
Fez-se o possível. - We (they) did the best.
Quebraram uma janela. - Somebody broke a window.
Ontem caiu um avião. - An airplane crashed yesterday.
Esses dias apareceu lá na companhia um vendedor. - A salesman came to the office the other day.
Ao formar uma frase, o aluno deve acostumar-se a pensar sempre em primeiro lugar no sujeito, depois no verbo. O pensamento em inglês estrutura-se, por assim dizer, a partir do sujeito.
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4. There TO BE = ter (existência): (erro comum até níveis intermediários)
Em português o verbo TER tem pelo menos dois significados importantes: posse e existência. Exemplos:
Eu tenho um carro. = Eu possuo um carro. - I have a car.
Tem (há) um livro sobre a mesa. = Existe um livro sobre a mesa. - There's a book on the table.
Sempre que o verbo TER significar existência (haver), a frase não terá sujeito; e isto ocorre com muita freqüência em português. Em inglês, esta estrutura corresponderá sempre ao There TO BE. Observe os seguintes exemplos:
Não tem (há) problema. - There's no problem.
Tem (há) muita gente. - There are many people.
Não tem (há) ninguém que fala inglês aqui? - Isn't there anybody that speaks English here?
Teve (houve) uma festa ontem de noite. - There was a party last night.
Vai ter (haverá) outra festa semana que vem? - Is there going to be another party next week?
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5. No TO after modals: (erro comum até níveis intermediários)
Os verbos modais (auxiliary modals) em inglês (can, may, might, should, shall, must), são verbos que nunca ocorrem isoladamente; ocorrem apenas na presença de outro verbo. Ao contrário dos demais verbos, entretanto, os modais ligam-se ao verbo principal diretamente, isto é, sem a partícula TO. Observe os seguintes exemplos:
He can speak English. - Ele sabe falar inglês. He likes to speak English. - Ele gosta de falar inglês.
Can I smoke here? - Posso fumar aqui? Do you want to smoke? - Você quer fumar?
O aluno principiante deve cuidar especialmente com o verbo CAN, que é usado com muita freqüência. Uma forma de internalizar estas estruturas é decorar exemplos como os acima.
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6. A Combinação impossível de FOR com TO: (erro comum até níveis intermediários)
O fato de ser o infinitivo em inglês formado pelo verbo precedido da preposição TO, aliado ao fato de ser comum em português a colocação de idéias do tipo VERBO + PARA + VERBO NO INFINITIVO, induz o aluno freqüentemente a colocar a mesma idéia em inglês usando a combinação das preposições FOR + TO. Esta entretanto é uma combinação impossível, não ocorrendo jamais em inglês. Observe nos seguintes exemplos as alternativas corretas:
Eu vim para falar contigo. - I came to talk to (with) you.
Ela se ofereceu para me ajudar. - She offered to help me.
Para aprender, é necessário estudar. - It's necessary to study, in order to learn.
Isto é um instrumento para medir velocidade. - This is an instrument for measuring speed.
Como regra geral, sempre que houver tendência de colocar FOR + TO, o aluno deve lembrar-se de simplesmente eliminar a primeira preposição.
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7. No double negative words: (erro comum até níveis intermediários)
No português normalmente colocamos dupla-negações na mesma frase. Pronomes indefinidos como NADA, NENHUM, NINGUÉM, podem ser usados livremente em frases negativas. Isto em inglês é gramaticalmente incorreto. Exemplos:
Não tem nada que eu possa fazer. - There's nothing I can do. / There isn't anything I can do.
Eu não tenho nenhum problema. - I have no problems. / I don't have any problems.
Não tem ninguém em casa. - There's nobody home. / There isn't anybody home.
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8. O numeral ONE e o artigo A(N): (erro comum até níveis intermediários)
Quem fala português como língua materna, facilmente se confunde com o numeral ONE e com o artigo indefinido A, porque em português ambos são representados pela mesma palavra: UM. Exemplos:
I just have a car. (It's not an airplane) - Tenho apenas um carro. (Não um avião)
I just have one car. (Not more than one) - Tenho apenas um carro. (Não mais do que um)
Na maioria dos casos, é o artigo indefinido que deve ser usado. Observe os seguintes exemplos:
Eu tenho um problema. - I have a problem.
Um amigo é mais importante que dinheiro. - A friend is more important than money.
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9. No THE before names and other article problems. (erros comuns até níveis intermediários)
Em ambas as línguas, inglês e português, existem artigos que se subdividem em definidos (o, os, a, as - the) e indefinidos (um, uns, uma, umas - a, an). Portanto, no uso de artigos há pouco contraste entre os dois idiomas, a não ser por alguns casos excepcionais.
a) Em português, em linguagem coloquial, é comum o uso de artigos definidos na frente de nomes próprios, enquanto que em inglês, salvo algumas exceções, isso jamais ocorre. Veja os seguintes exemplos:
O Sr. Jones é meu amigo. - Mr. Jones is my friend.
A IBM é uma empresa grande. - IBM is a large company.
A Alemanha é um país desenvolvido. - Germany is a developed country.
O inglês do Peter é melhor que o do John. - Peter's English is better than John's.
Observe entretanto que para todos países cujos nomes dão uma idéia de coletividade, deve-se usar o artigo definido:
The United States - Os Estados Unidos
The Soviet Union - A União Soviética
The European Union - A União Européia
The CIS (Community of Independent States) - A CEI
The United Kingdom - O Reino Unido
The Netherlands - Os Países Baixos
The Philippines - As Filipinas
The Falklands - As Malvinas
The British Isles - As Ilhas Britânicas
Também países cujos nomes expressam o tipo de organização:
The Dominican Republic - A República Dominicana
The People's Republic of China - A República Popular da China
b) Em inglês não se usa artigo definido antes de pronomes possessivos:
Este é o meu livro. - This is my book.
A minha casa ainda não está pronta. - My house isn't finished yet.
c) Em português não se usa artigo indefinido antes de profissões:
Ele é médico. - He's a doctor.
Sou professor. - I'm a teacher.
d) Em português não se usa artigo definido quando se fala de tocar instrumentos musicais:
Ela toca piano. - She plays the piano.
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10. SAY and TELL (erro comum até níveis avançados)
Os verbos SAY e TELL, embora praticamente sinônimos no significado (transmitir informação), gramaticalmente são diferentes. Ambos podem ser traduzidos em português pelos verbos DIZER e FALAR, sendo que TELL pode ser também traduzido por CONTAR. A diferença reside no fato de que com o verbo SAY, normalmente não há na frase um receptor da mensagem (objeto indireto); enquanto que com o verbo TELL o receptor da mensagem está normalmente presente na frase. Veja os exemplos:
He said that inflation will decrease. - Ele disse que a inflação vai diminuir.
He told the reporters that inflation will decrease. - Ele disse aos jornalistas que a inflação vai diminuir.
What did he say when you told him this? - O que é que ele disse quando tu disseste isso para ele?
Entretanto, quando se reproduz textualmente as palavras do emissor da mensagem, o verbo a ser usado deve ser sempre SAY, mesmo que o receptor da mensagem esteja presente na frase. Exemplo:
He said "Good morning" to us. - Ele disse "Bom dia" para nós.
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11. UMA PESSOA = SOMEBODY (erro comum até níveis intermediários)
Freqüentemente brasileiros que falam inglês encontram dificuldade em usar os sinônimos SOMEBODY ou SOMEONE. Em português, a expressão "UMA PESSOA ...", que é muito comum, corresponde normalmente a SOMEBODY ou SOMEONE em inglês. Observe os seguintes exemplos:
Tem uma pessoa aí que quer falar contigo. - There is somebody (someone) here who wants to talk to (with) you.
Uma pessoa me falou que ele vai se aposentar. - Somebody(Someone) told me he's going to retire.
Eu ouvi uma pessoa falando inglês. - I heard someone (somebody) speaking English.
Cuidado também com a palavra PESSOAS no plural. Na prática, o plural de PERSON é PEOPLE. Exemplo:
Tem cinco pessoas na sala. - There are five people in the room.
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12. No TODAY and no IN before THIS ...(time)... (erro comum até níveis intermediários)
Algumas expressões adverbiais de tempo como HOJE DE MANHÃ, NESTA MANHÃ, HOJE DE TARDE, NESTA TARDE, NESTE MÊS, etc., facilmente induzem o aluno a usar a palavra TODAY ou a preposição IN em inglês. Observe os seguintes exemplos:
Hoje de manhã (Nesta manhã ) ... - This morning ...
Hoje de tarde (Nesta tarde) ... - This afternoon ...
Nesta semana ... - This week ...
Hoje de noite ... - Tonight ...
Neste momento ... - At this moment ...
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13. YOUR não é o mesmo que SEU (DELE, DELA) (erro comum até níveis intermediários)
Devido ao fato de que português tem na 2a pessoa (você) o mesmo tratamento gramatical dado à 3a pessoa (ele ou ela), o aluno freqüentemente encontra dificuldade no uso correto dos pronomes possessivos em inglês. Por exemplo:
Este é o seu livro. (de você) - This is your book.
Este é o seu livro. (dele) - This is his book.
Este é o seu livro. (dela) - This is her book.
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14. I THINK SO não é o mesmo que I THINK (THAT) … (erro comum até níveis intermediários)
I THINK SO é sempre uma frase completa, terminando em ponto final, e corresponde à expressão do português ACHO QUE SIM. I THINK … ou I THINK THAT … sempre introduz uma oração subordinada (relative clause), e corresponde a ACHO QUE … Por exemplo:
Is it going to rain? I think so. - Será que vai chover? Acho que sim.
I think this is my book. - Acho que este é o meu livro.
Many people think that inflation is worse than unemployment. - Muitos acham que inflação é pior que desemprego.
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15. Countable & Uncountable nouns - uso correto de seus quantifiers (erro comum até níveis avançados)
O fato de alguns substantivos não serem normalmente usados no plural (ex: dinheiro), é irrelevante em português. Em inglês, entretanto, este fato é de relevância gramatical. A classificação dos substantivos em countable (contáveis, isto é, que podem ser contados) e uncountable (incontáveis, isto é, que não podem ser contados ou pluralizados. Ex: dinheiro, água) é de grande importância porque, dependendo da categoria, diferentes quantifiers terão que ser usados. Quantifiers são uma categoria de determiners, normalmente adjetivos, pronomes e artigos que quantificam substantivos.
Only Uncountable Only Countable Uncountable & Countable
much (neg. int.) many a lot (of)
very much (neg. int.) very many quite a lot (of)
too much (neg. int.) too many plenty (of)
several enough
a little (affirm. int.) a few (affirm. int.) some (of) (affirm. int.)
very little (affirm. int.) very few (affirm. int.) any (of) (neg. int.)
too little (affirm. int.) too few (affirm. int.) none (of) (affirm.)
each no
both (of)
every all (of)
a, an (singular) the
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16. Countable & Uncountable contrasts with Portuguese: (erro comum até níveis avançados)
Na maioria dos casos existe correlação entre os substantivos de português e inglês. Isto é: se o substantivo for uncountable em português, também o será em inglês. Em alguns casos entretanto, essa correlação é traída, induzindo o aluno a erro. Exemplos:
Eu vou pedir algumas informações sobre ... - I'm going to ask for some information about ...
Agora ainda temos que comprar os móveis. - Now we still have to buy the furniture.
INGLÊS PORTUGUÊS
information informações
knowledge conhecimentos
interest juros
advice conselhos
equipment equipamentos
furniture móveis
real estate imóveis
vacation férias
medicine remédios
fruit frutas
bread pães
music músicas
microwave microondas
software programas de computador
slang gírias
O fato de estes substantivos do inglês estarem aqui relacionados como uncountable, não significa que os mesmos não possam jamais ser usados no plural. Significa apenas que normalmente, em linguagem comum, não são usados no plural.
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17. Verb transitivity contrasted (erro comum até níveis avançados)
Verbos podem ser transitivos diretos ou indiretos. Transitivo direto é o verbo que transita diretamente ao seu complemento. Por exemplo: TOMAR CAFÉ. Transitivo indireto é o verbo que transita ao seu complemento por intermédio de uma preposição. Por exemplo: TELEFONAR PARA O PAULO.
Inglês e português normalmente correspondem no que se refere a transitividade dos verbos. Isto é: se o verbo é transitivo direto em português, provavelmente também o é em inglês. Existem alguns casos, entretanto, em que essa correlação é traída. Por exemplo:
like
gostar de I like coffee. (D)
Eu gosto de café. (I)
tell
falar para, dizer para I've already told John. (D)
Já falei para o John. (I)
call
telefonar para I have to call him. (D)
Tenho que telefonar para ele. (I)
ask
perguntar para, pedir para Ask him. (D)
Pergunta para ele. (I)
listen to
escutar I like to listen to music. (I)
Gosto de escutar música. (D)
need
precisar de I need help. (D)
Preciso de ajuda. (I)
ride
andar de Why don’t you ride a bicycle? (D)
Por que você não anda de bicicleta? (I)
attend
participar de We attended a seminar. (D)
Nós participamos de um seminário. (I)
enter
entrar em He entered the kitchen. (D)
Ele entrou na cozinha. (I)
contribute
contribuir com Thank you for contributing your work to our project. (D)
Obrigado por contribuir com seu trabalho para nosso projeto. (I)
Como pode-se ver nos exemplos acima, na maioria dos casos em que há discordância, o verbo em inglês é transitivo direto (D) enquanto que em português é transitivo indireto (I). A única exceção parece ser a do verbo listen.
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18. Verb + Infinitive & Verb + Gerund (dificuldade comum até níveis avançados)
Ao contrário do português, em que um verbo normalmente só é seguido de outro no infinitivo (veja 2 exceções** abaixo), em inglês há verbos que são normalmente seguidos só de infinitivo, verbos que são normalmente seguidos só de gerúndio, e verbos que aceitam ambos. Essas situações correspondem ao que em português é classificado como "orações subordinadas substantivas objetivas diretas reduzidas de infinitivo" e em inglês como "nonfinite clause". Ocorrem sempre que o verbo for transitivo direto (exigir um objeto direto como complemento) e a complementação for feita com um segundo verbo (no infinitivo ou no gerúndio) que tem como sujeito implícito o mesmo sujeito do verbo principal.
a) Principais verbos do primeiro grupo (verb + infinitive pattern) (subjectless infinitive clause as direct object):
afford - I can't afford to buy a new car. - Não estou em condições de comprar um carro novo.
agree - They agreed to play cards. - Eles concordaram em jogar cartas.
appear - The Taliban appears to be regrouped and well-funded. - Os talibans parecem estar reagrupados e em boa situação financeira.
choose - He chose to study languages instead of math. - Ele escolheu estudar letras em vez de matemática.
decide - He decided to leave. - Ele decidiu partir.
deserve - He deserves to die. - Ele merece morrer.
expect - We expect to win the game. - Esperamos vencer o jogo.
fail - The governments must not fail to recognize the need for environmental protection. - Os governos não podem deixar de reconhecer a necessidade de proteção ao meio ambiente.
forget (esquecer de obrigações) - I forgot to tell you. - Eu me esqueci de te contar.
have - I have to go. - Tenho que ir.
help - He helped me (to) find my keys. - Ele me ajudou a encontrar minhas chaves.
hope - I hope to become fluent. - Espero me tornar fluente.
hesitate - Don't hesitate to call me. - Não hesite em me ligar.
intend - I intend to stay here for a while. - Pretendo ficar aqui por algum tempo.
learn - He learned to be polite. - Ele aprendeu a ter boas maneiras.
long - Peter longed to kiss his lover. - Peter ansiava por beijar sua amante.
offer - He offered to help us. - Ele se ofereceu para nos ajudar.
plan - He's planning to study more from now oen. - Ele está planejando estudar mais, a partir de agora.
pretend - He pretends to be what he has never been. - Ele finge ser o que nunca foi.
promise - You promised to help us. - Você prometeu nos ajudar.
refuse - She refused to practice. - Ela se recusou a praticar.
regret (anúncio de más notícias) - I regret to inform that your application has been turned down. - Lamento informar que seu pedido foi recusado.
remember (lembrar de obrigações) - She always remembers to lock the door. - Ela sempre se lembra de chavear a porta.
threaten - He threatened to call the police. - Ele ameaçou chamar a polícia.
try (fazer uma tentativa) - I tried to finish the job last night. - Tentei terminar o trabalho ontem à noite.
want - Do you want to go? - Você quer ir?
would like, would prefer, would love - Would you like to go? - Você gostaria de ir?
b) Principais verbos do segundo grupo (verb + gerund pattern) (subjectless gerund clause as direct object):
admit - I admit having cheated when I was a student. - Admito ter colado quando era estudante.
adore - I adore playing soccer with my friends on weekends. - Adoro jogar futebol com meus amigos nos fins de semana.
avoid - I can't avoid making mistakes. - Não consigo evitar cometer erros.
can't help - I can't help making mistakes. - Não consigo evitar cometer erros.
can't stand - I can't stand making decisions. - Não agüento tomar decisões.
consider - He considered buying a new car. - Ele considerou a possibilidade de comprar um carro novo.
deny - He denied having stolen the money. - Ele negou ter roubado o dinheiro.
dislike - I dislike making mistakes. - Detesto cometer erros.
enjoy - He enjoys going to the movies. - Ele aprecia ir ao cinema.
feel like - I feel like watching a movie tonight. - Estou com vontade de assistir a um filme hoje à noite.
finish - I've finished working overtime. - Parei de fazer hora-extra.
forget (esquecer do passado) - I'll never forget visiting my grandfather. - Nunca esquecerei de ter visitado meu avô.
give up - He's given up studying English. - Ele desistiu de estudar inglês.
have trouble - I have trouble getting up early. - Tenho dificuldade em levantar cedo.
keep - You have to keep trying. - Você deve continuar tentando. (**)
mind - I wouldn't mind having a dog. - Não me importaria de ter um cachorro.
miss - I miss living abroad. - Sinto saudades de viver no exterior.
quit - I quit smoking cigarettes. - Parei de fumar cigarros.
recall - I don't recall picking up the keys. - Não me lembro de ter pego as chaves.
regret (arrependimento de atos passados) - They regret fooling around when they were students. - Eles se arrependem de terem vagabundeado quando eram estudantes.
remember (lembrar do passado) - I remember visiting my grandfather. - Lembro-me de ter visitado meu avô.
resist - I resisted accepting her invitation. - Resisti em aceitar o convite dela.
risk - If you leave on vacation now you'll risk losing your clients. - Se você sair de férias agora, correrá o risco de perder seus clientes.
stop - Why don't you stop smoking? - Por que você não para de fumar?
try (experimentar) - The teacher tried speaking louder. - O professor experimentou falar mais alto.
c) Principais verbos que aceitam ambos, sem mudança de significado:
begin - She's begun to diet. / She's begun dieting. - Ela começou a fazer dieta.
continue - He continues to save money. / He continues saving money. - Ele continua economizando dinheiro. (**)
hate - I hate to live in the city. / I hate living in the city. - Odeio morar na cidade.
like - I don't like to watch TV. / I don't like watching TV. - Não gosto de assistir televisão.
love - She loves to speak English. / She loves speaking English. - Ela adora falar inglês.
neglect - He neglects to study. / He neglects studying. - Ele negligencia seus estudos.
prefer - I prefer to drink coffee. / I prefer drinking coffee. - Prefiro tomar café.
start - I've started to play tennis. / I've started playing tennis. - Comecei a jogar tênis.
** exceções do português, em que um verbo é seguido de outro no gerúndio em vez do infinitivo.
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DICAS PARA APRIMORAR SEU INGLÊS GRAMATICALMENTE
Se a uma criança americana, que logicamente fala inglês fluentemente, lhe for perguntado porque usa o verbo auxiliar da forma que o faz, provavelmente ela ficará perplexa, pois não saberá nem sequer de que se trata a pergunta. É este domínio intuitivo, automático, inconsciente da estruturação gramatical do idioma que nos permite não apenas falar fluentemente e corretamente, mas também escrever. O aluno não precisa saber porque as estruturas são como são, desde que as formas corretas lhe soem melhor, mais familiar aos ouvidos. Controle sobre as estruturas gramaticais básicas da língua deve ser alcançado o quanto antes. É o primeiro grande passo no processo de aprendizado. Por esta razão, é fundamental que o aluno procure desde o início de seu aprendizado o contato com estrangeiros, na qualidade de instrutores ou não, de forma a expor-se unicamente a uma língua estrangeira autêntica, rica nos planos fonológico, idiomático e gramatical.
Uma grande diferença entre o português e o inglês está na forma de estruturar o pensamento. É na estruturação das frases que reside um dos principais contrastes entre as duas línguas. A dificuldade aparece quando o aluno tenta "traduzir" uma estrutura do português para o inglês, palavra por palavra. A correlação entre as duas línguas nem sempre ocorre em nível de palavras, mas sim em nível de frases. Além disso, cada língua tem suas peculiaridades idiomáticas. É preciso, pois, desenvolver uma associação direta entre as idéias e as formas usuais de expressar estas idéias, em nível de estrutura. Não se trata de aprender um sistema de regras, mas de adquirir familiaridade através de nossa memória auditiva com um conjunto de formas com todas suas irregularidades. Enquanto a mecânica básica de estruturação de frases não estiver plenamente assimilada e automatizada, muita energia mental será desperdiçada para montar a frase. É preciso adquirir total familiaridade para que o esforço mental possa concentrar-se em vocabulário, na idéia, na criatividade. As técnicas dos métodos audiolingüísticos de memorização de textos ou diálogos e prática exaustiva das estruturas através de exercícios de substituição e repetição proporcionam normalmente bons resultados num estágio inicial. Além da técnica audiolingüística baseada em memorização auditiva e repetição mecânica, é fundamental implementar a internalização completa das novas estruturas através de um esforço criativo-comunicativo. Se o aluno procurar adaptar os elementos da língua estrangeira à sua realidade, usando estruturas corretas para expressar suas opiniões e apresentar sua maneira de pensar, e fizer disto um hábito, uma espécie de hobby mental, os resultados serão surpreendentes.
Fonte: Sk.com.br